A promotora de justiça Francys Galhardo, da Comarca de Santa Maria do Pará, disse ontem que irá solicitar à Polícia Civil do município a reconstituição do assassinato, na noite do dia 20 de outubro de 2010, da médica Viviani Marins dos Santos, que tinha 34 anos. Ela morreu em suposto assalto quando, junto com o esposo, Francisco Charles dos Santos e um filho do casal, hoje com mais de 3 anos, interromperam a viagem que faziam de Belém para Paragominas para ajudar uma mulher que estaria caída no chão, com uma criança nas mãos. Eles foram surpreendidos pela reação da mulher, que se levantou do chão com uma arma e anunciou o assalto. Em seguida, ela disparou contra Viviane.
A representante do Ministério Público não está satisfeita com as conclusões do inquérito presidido pelo delegado Leandro Souza, que na época comandava a delegacia de Santa Maria do Pará e que hoje se encontra lotado na de Santa Isabel. Francys Galhardo já havia devolvido o inquérito à polícia para que fossem reinquiridas as testemunhas ouvidas pelo delegado, assim como pessoas amigas e familiares da vítima - uma conceituada médica cirurgiã que trabalhava na Secretaria de Saúde de Paragominas. Diante de informações que foram lhes fornecidas pela família da vitima e inconformada com a versão apresentada por Francisco Charles para a morte prematura da cirurgiã, a promotora decidiu pelo pedido de reconstituição do crime, ocorrido às margens da BR-010 (Belém-Brasília).
O que pode ter motivado a decisão da promotora foi o argumento do engenheiro aposentado Terêncio dos Santos, de 68 anos, pai de Viviani. De posse dos laudos cadavérico e da perícia técnica feita no local do crime por peritos do Instituto de Perícias Científicas de Castanhal, obtidos através de advogado e divulgados à imprensa e à promotora, Terêncio afirma que 'uma simples leitura, como leigo, nos documentos, se constata algumas contradições entre o depoimento do Charles, os demais depoimentos e os laudos técnico e cadavérico. E que poderão ser constatadas por quem evidentemente possui muito mais experiência que eu. Acredito que especialistas neste tipo de investigação encontrarão muito mais indícios e provas que fatalmente ajudarão na elucidação do crime'.
As contradições que Terêncio diz ter detectado são: na perícia técnica que Terêncio obteve constatou-se, segundo ele, que pela trajetória que o projétil fez (de trás para frente do corpo, ligeiramente de baixo para cima, e da esquerda para direita), o atirador só poderia está posicionado no lado esquerdo da vítima, dentro do veículo ou próximo da janela do motorista, 'uma vez que de qualquer outra angulação haveria necessariamente perfuração interna ou externa no veículo, fato não observado'. Essa conclusão pericial contradiz o depoimento inicial de Charles, de que ele teria descido do carro, dado a volta por trás do veículo e, ao chegar próximo à porta de trás do lado direito do veículo, a suposta assaltante teria largado a criança do colo, pegado uma arma e anunciado o assalto. Nesse momento, a esposa teria pedido calma, pois iria pegar o filho do casal. Quando a vítima se virou para o banco traseiro, a mulher fez o primeiro disparo.
Fonte: ORM/Amazônia
Que esteja com Deus a alma dessa amada mulher... É triste a pessoa está disposta a salvar vidas de quem necessita e ser deparada com uma morte cruel como a dela... Que esse crime seja exclarecido.
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