terça-feira, 22 de junho de 2010

Policial da Rotam é acusado de menino de 12 anos

Familiares de uma criança de 12 anos acusam o cabo PM Alcides Cavalcante, da Ronda Tática Metropolitana (Rotam) de estupro. O crime teria acontecido na madrugada deste sábado (19). O menino é vizinho do policial, na rua Dois de Junho, na Terra Firme. O policial, que no bairro é conhecido pelo apelido de 'Vaca', não foi localizado para dar entrevistas. Ele teria se apresentado a uma delegada da Data ainda durante a madrugada, quando prestou depoimento, sendo liberado em seguida por falta de provas.

A mãe do garoto, Maria Lúcia Miranda, de 35 anos, conta que o filho 'desapareceu' da frente da casa por volta das 20 horas de sexta-feira. 'Ele estava brincando com o pai em frente de casa. Quando deu umas oito da noite, o pai entrou e ele ficou lá na frente sentado. Uns minutos depois, vi que ele não estava mais lá, mas não me preocupei porque pensei que ele tinha ido à casa de alguma das tias que moram aqui na rua também', conta a mãe.

Ao perceber que o filho estava demorando demais, Maria Lúcia saiu para procurá-lo. 'Fui na casa de uma tia e nada. Na casa da outra, também. Na casa dos vizinhos, nem sinal. Então, comecei a me desesperar. Não sabia o que pensar. Ficamos como loucos procurando por ele a noite inteira. Quando era duas horas da madrugada ele chegou. Estava sozinho, assustado, chorando muito e sangrando nas ‘partes’ de trás. Contou que todo esse tempo estava lá na casa do policial sendo obrigado a fazer sexo com ele. O cabo batia nele e dizia que ele ia morrer se não fizesse o que ele queria. Tudo aconteceu dentro do quarto do policial, onde ele viu várias fotos de crianças nuas', contou a mãe.

Medo - Temendo represálias por parte do policial, a família pensou em calar-se sobre os fatos, o que não aconteceu graças aos vizinhos. 'Eles são umas pessoas muito humildes, que vieram do interior e não tem poder aquisitivo. Mesmo vendo o filho naquele estado, eles ficaram com medo de denunciar porque esse cabo tem nome da polícia. Está na corporação há mais de 15 anos e já integrou até a guarda do governador na época do (Simão) Jatene', conta uma vizinha da família, sem se identificar. 'Nós é que os incentivamos eles a procurar a Corregedoria para denunciar. Nós ficamos revoltados quando vimos o garoto chegar naquele estado. Aqui na rua, sempre correram boatos de que esse policial gostava de ‘meninos’, mas nunca tinha acontecido nada de concreto até hoje', disse outro morador.

No início da manhã de sábado, moradores revoltados com a acusação de estupro tentaram depredar a casa do policial, localizada na Dois de Junho, entre as ruas Lauro Sodré e 24 de Dezembro, mas foram impedidos por equipes da Rotam que foram ao local para fazer a segurança do prédio.

Outro lado - De acordo com a Polícia Civil, o cabo apresentou-se ainda de madrugada no prédio da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), acompanhado de uma advogada. Em depoimento à delegada Nazaré Cardoso, ele negou as acusações. Como não havia elementos que pudessem comprovar a materialidade do crime, o policial teve que ser liberado. Porém, foi aberto um inquérito para apurar a denúncia e, caso venha a ser comprovado o envolvimento dele no estupro, ele poderá vir a responder pelo crime.

A assessoria de comunicação da PM disse que só após a comunicação oficial à corporação é que poderá ser aberto um procedimento interno para apurar os fatos. Isso, se ficar comprovado o envolvimento do policial no estupro.

O garoto foi encaminhado pelo Conselho Tutelar ao Pró-paz e depois levado para um abrigo da Funpapa. Na tarde de sábado ele foi submetido a exames de corpo de delito.

Fonte: O Liberal

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