Os setores que movimentam a economia do Estado não aliviam o bolso do consumidor – e por esse motivo o paraense perdeu a noção de valor. Os preços pagos no Pará, se comparados às demais regiões do País, podem ser considerados hiperfaturados, principalmente no campo do vestuário e da alimentação, com elevações que podem chegar a quase 100%. Segundo avalia o presidente do Sindicato dos Economistas do Pará (Sindecon-PA), Oberdan Pinheiro, o paraense, ao longo dos anos, se acostumou a pagar caro por qualquer produto ou serviço e, com isso, algumas empresas de outras regiões percebem no Estado um mercado atrativo. A supervalorização dos bens de consumo e, sobretudo, dos alimentos, é o que mais desagrada o economista, que orienta o consumidor a não fazer aquisições com preços acima do normal.
Segundo o professor de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA) Sérgio Bacury, os paraenses realmente se acostumaram com um custo muito alto. ‘Estamos habituados a pagar R$ 35 no prato de comida, ao passo que no Sudeste, esta mesma porção custa R$ 25. Em alguns lugares, dentro de Belém, este preço pode ser ainda maior – o que aumenta ainda mais a discrepância’, garante.
Para Bacury, a pouca oferta de determinados produtos faz a diferença. ‘Em São Paulo temos uma infinidade de restaurantes, o que gera certa competitividade entre os concorrentes. No Pará, as coisas são diferentes’, explica. O economista reclama que se assustou ao perguntar o preço de um refrigerante em Mosqueiro há alguns meses. ‘A supervalorização está em todos os lugares. Na bucólica Ilha, por exemplo, um refrigerante de 300ml. custa R$ 2,50 – sendo que o preço sugerido é R$ 1. As pessoas querem empurrar as coisas de qualquer jeito, mas nós, consumidores, é quem decidimos o que queremos pagar’, assevera. A saída apontada por Bacury está na recusa do produto pretendido. ‘Se a gente não comprar, o preço tende a baixar. No entanto, algumas pessoas acabam pagando o caro. O consumidor precisa entender que a moeda tem valor – é por isso não dá para sair gastando’, orienta. (Evandro Flexa Jr. – O Liberal)
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