Folha de São Paulo
Natuza Nery
De Brasília
Um grupo de seis mulheres festejara ontem a posse da presidente Dilma Rousseff no coquetel do Itamaraty. Todas elas, amigas de resistência durante o regime militar, foram presas e torturadas pela ditadura ao lado da petista.
"Nós conseguimos", disse emocionada Rose Nogueira, 64, ao se referir à amiga.
"Essa posse mostra que tudo o que passamos valeu a pena", completou.
As duas se conheceram no presídio Tiradentes, instituição em São Paulo que abrigava os presos políticos do regime militar.
Rose acabara de ter um filho quando a polícia a prendeu, dias antes de conhecer Dilma Vana Rousseff.
"Dilma sempre dizia: um dia a ditadura vai acabar. Nós vamos sair daqui e o Brasil vai continuar", contou Rose.
"Eu quase morri e estou aqui hoje. Não dá nem pra acreditar", disse ela à Folha, chorando.
Ao final do evento, todas tiraram fotos com a presidente. "Não vejo algumas delas há trinta anos", contou Dilma entre um reencontro e outro.
Durante a ditadura militar, Dilma ficou presa de fevereiro de 1970 até o final de 1972.
Em um processo da Justiça Militar, Dilma foi condenada em três Estados (Rio de Janeiro, Minas e São Paulo) por subversão.
A presidente foi uma das dirigentes da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), uma das organizações da esquerda armada.
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