terça-feira, 27 de julho de 2010

Assaltantes param a BR-316

Mototaxista ficou mais de duas horas refém após assalto em loja. Multidão tentou linchar presos.     

Por cerca de duas horas e meia, a rodovia BR-316 parou enquanto uma multidão acompanhava a negociação entre dois assaltantes e policiais militares para libertação de um refém, em Ananindeua. Quase 40 PMs estiveram no local e aproximadamente quatro mil pessoas se aglomeraram por todos os cantos para assistir do desfecho do assalto. Do início do município de Benevides até o meio da Almirante Barroso, já no bairro de São Brás, a cidade se manteve em suspenso para aguardar a rendição, que terminou em tumulto, com uma viatura danificada, e distribuição de balas de borracha e jatos de spray de pimenta para dispersar a população que tentou linchar os criminosos.
Eram ainda 16h30, quando Gerson Roberto da Silva, 18 anos, e seu comparsa adolescente, de 16 anos, resolveram assaltar a Computer Store, loja de informática situada no quilômetro três da BR-316, já em Ananindeua. Eles estacionaram a motocicleta próximo do estabelecimento e entraram armados, cada um com um revóver calibre 38, sendo cada arma municiada com três balas. Na loja, roubaram os funcionários e clientes, levando celulares, joias, relógios e, principalmente, dinheiro.
Logo após a saída, a Polícia Militar foi avisada sobre o roubo. A viatura 9117 com os cabos Marco Antônio Reis e Hermegildo Rocha, da 5ª Zona de Policiamento (Zpol) "trombou" com os assaltantes e se iniciou uma perseguição. Na área estava ainda como fiscal do 1º Batalhão de Polícia Militar, o major Antônio Cavalcante, da 10º Zpol, que também começou a perseguir os dois rapazes.
No desespero de fugir, eles entraram em um coletivo, provocando pânico nos passageiros, mas rapidamente o veículo foi cercado. Encurralados, eles desceram do ônibus para atravessar a BR-316 até um ponto de mototáxi, em frente à empresa Iveco. Lá, renderam o mototaxista Luciano Conde, fazendo-o refém, negociando garantia de vida com as armas apontadas para o homem.
Engarrafamento - Os assaltantes exigiram a presença da imprensa e de familiares. Chegaram reforços da Rondam Tática Metropolitana e outros policiais militares. Um isolamento de 1 km de raio foi feito para iniciar as negociações, bloqueando o fluxo de veículos nas duas pistas da rodovia e, consequentemente, um engarrafamento em linha reta de mais de 20 quilômetros, sem contar o congestionamento em todas as transversais do percurso, paralisando o trânsito, praticamente, na cidade inteira.
Tensão - Luciano Conde ficou sob a mira dos revólveres por duas horas e meia. Quando o major Antônio Cavalcante, entregou coletes à prova de balas para assaltantes já eram 18 horas, mas ainda levaria cerca de uma hora para os dois se renderem, o que ocorreu apenas com a presença de mulheres de suas famílias, condição também exigida por eles.
População só foi contida com balas de borracha e spray de pimenta
Quando as mulheres chegaram, a multidão fora do cordão de isolamento começou a gritar enfurecida para matarem os assaltantes. "Perdeu, perdeu, perdeu", berravam em coro, aproveitando também para xingar as familiares dos acusados de prostitutas. Uma das mulheres se aproximou de Gerson chorando muito e o assaltante tirou um cordão de ouro do pescoço e uma quantia em dinheiro dos bolsos e entregou a ela. Depois de um abraço, ele largou o revólver e se entregou.
A população percebeu o movimento e começou a avançar, aumentando a tensão. O adolescente, ainda armado, começou a relutar e apontar o revólver para a cabeça de Luciano. Os policiais, tentando ser rápidos, aumentaram o tom para convencê-lo. Então, ele também se rendeu. Ambos foram colocados em uma viatura da Polícia Militar para seguir até a Seccional Urbana do bairro da Marambaia. Porém, a multidão, exigindo um linchamento, atacou soldados e os veículos da PM.
A saída de Gerson Roberto da Silva e do adolescente de 16 anos, após a rendição, gerou um grande tumulto. Várias pessoas romperam o cordão de isolamento e partiram para cima da viatura onde os dois foram colocados algemados. Um dos vidros do carro foi quebrado, enquanto o policial que dirigia, gritava para lhe darem a chave do veículo.
Os homens da Ronda Tática Metropolitana tiveram que usar a força para dispersar a turba que tentava linchar os dois acusados. Tiros de bala de borracha foram disparados e spray de pimenta foi usado para afastar os homens que tentavam arrancar de dentro da viatura a dupla envolvida no assalto.
Em comboio, a Polícia Militar levou os dois para a Seccional Urbana da Marambaia. Lá, Gerson contou que o assalto não foi planejado. Eles apenas aproveitaram que estavam armados e resolveram assaltar a loja.
Gerson foi autuado em flagrante por roubo qualificado e porte ilegal de arma, além de responder por ameaçar a vida do mototaxista Luciano Conde. Já o garoto de 16 anos foi apreendido pela Divisão de Atendimento ao Adolescente da Polícia Civil (Data).
Fonte: www.orm.com.br 

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