terça-feira, 24 de agosto de 2010

Selo em defesa dos idosos

Correios lançam peça contra violência que corresponde a 60% das denúncias registradas pelo MPE e o Ciop
Maus-tratos e agressões físicas contra idosos correspondem a 60% das denúncias registradas pelo Ministério Público do Pará e pelo Centro Integrado de Operações de Belém (Ciop). Os dados foram divulgados ontem durante o lançamento do selo dos Correios de Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa. Ainda estão incluídas a violência financeira e a negligência.
O dado mais preocupante é em relação a quem comete esses crimes. Segundo a Promotoria de Proteção do Idoso, os filhos são quem mais agridem os idosos. Eles respondem por 33,33% das agressões, que, segundo os registros, podem ainda ser cometidos por netos, sobrinho, irmãos, companheiros, genros, noras e até vizinhos. Na mesma pesquisa, a negligência corresponde a 32,35% dos crimes contra quem tem mais de 60 anos. Em seguida vem a violência financeira, com 29,42%, sendo que 30% das vítimas são as mulheres com 80 anos ou mais.
Foi pensando em conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar e evitar a violência contra idosos que foi lançado o Selo de Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa. Segundo a gerente de vendas dos Correios, Diane Mota, o selo servirá para as cartas das secretarias das áreas da assistência social e direitos humanos, circulando em todo o território nacional.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (Cedpi), Walquiria Cristina Batista Alves, explica que a negligência e a violência contra os idosos têm aumentado nos últimos meses. Segundo ela, o fato seria justificado pelo maior número de denúncias que estão sendo feitas. "Nós estamos fazendo várias campanhas para divulgar como proceder diante de casos de maus-tratos aos idosos. Essa atitude vem sendo positiva, uma vez que mais e mais pessoas estão denunciando. Mas também é triste, porque mostra a realidade do Estado em relação aos cuidados com os idosos", lamenta Walquiria.
Ela lembrou que o Cedpi está implantando um disque-denúncia. Para Walquiria, esse é mais um meio de tentar conscientizar a população. "Nós vamos usar tudo que é possível para divulgar os direitos da pessoa idosa. O selo é uma dessas formas. A sociedade precisa se conscientizar sobre a necessidade de combater as agressões aos maiores de 60 anos. Mais um meio de concretizar o trabalho do conselho será o disque-denuncia, que será implantado em breve", reforça a presidente do Cedpi.
A aposentada Maria Lurdes Reis Duarte, 62 anos, já foi maltratada pelo filho. Ela diz que a "confusão" durou mais de um ano. O motivo dos maus-tratos foi a venda da casa. O filho acabara de se envolver com uma mulher e exigia que mãe vendesse a casa. Como ela negou, o rapaz começou a ameaçá-la. "Ele nunca chegou a me agredir, mas tinha um tratamento hostil e falava várias palavras ruins. Foi uma agressão psicológica. Eu fui surpreendida pela atitude dele. Nunca pensei que fosse agir assim com a própria mãe", revela.
Maria ressalta que só conseguiu denunciar os maus-tratos porque faz parte do conselho e sabe que casos como esses devem ser divulgados. Segundo ela, muitas amigas vivem em situação pior e não fazem nada para mudar a realidade. "Eu fiz a denuncia contra o meu filho. Hoje vivo normalmente na minha casa, mas não falo mais com meu filho. Fico muito chateada quando escuto as pessoas dizendo que um idoso é maltratado, mas não denuncia o crime. Todos devem cuidar para que essa situação de violência contra idoso mude", aconselha.
Fonte: Amazônia - O Liberal

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