quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sumiço em Paragominas

Sumiço em Paragominas

Promotor manda polícia investigar desaparecimento de funcionários de fazenda. Esposas acusam MST.

Paragominas


Evandro Corrêa

O promotor da comarca de Paragominas, Arnaldo Azevedo, enviou ofício na manhã de ontem à delegacia de polícia do município solicitando providências e envio de uma equipe de policiais até a fazenda Rio Grande, situada a 70 quilômetros da sede da cidade, para averiguar as denúncias sobre o desaparecimento de três funcionários da propriedade, ocorrido nas primeiras horas da manhã de sábado, 11. O promotor também manteve contato com a Secretaria de Segurança Pública do Pará pedindo empenho no caso. Por outro lado, a assessoria de imprensa da OAB do Pará disse ontem que a entidade deverá emitir nota sobre o caso na manhã de hoje. O delegado de polícia do interior, Miguel Cunha, disse que ainda ontem uma equipe de policiais civis e militares seguiria para a fazenda à procura dos agricultores. 'Estamos com problemas de contingente. Para chegar ao local, uma vez que existem rumores que existem pessoas armadas, é necessário um aparato considerável', ressaltou.

De acordo com familiares, os agricultores Carlos Batista, Pimentel e Santos desapareceram na manhã de sábado logo depois que saíram da sede da fazenda para consertar um cano de distribuição de água. Na tarde de ontem, as mulheres de dois dos agricultores contaram que os mesmos foram sequestrados por grupos de sem-terra que está na área há vários anos, tentando se apossar da fazenda, de propriedade do pecuarista João Leite. A doméstica Elionete Sousa, 35 anos, disse que desde o desaparecimento de seu marido, Carlos Batista, o clima ficou tenso na região. 'Na primeira oportunidade eu peguei as crianças e fugi pela mata', lembra a agricultora, contando que caminhou cerca de 30 quilômetros até a localidade conhecida como Caipi, onde conseguiu contato com o proprietário da Fazenda. 'Quando eu saí, avisei para os outros seis trabalhadores permanecerem dentro da sede, pois eles também correm risco', afirmou Elionete.

Já a doméstica Daniele Miranda de Souza, 24 anos, que conseguiu fugir da fazenda juntamente com Elionete e mais duas crianças, afirma que. por muito pouco, o seu companheiro não foi levado pelo grupo. 'Ele também conseguiu fugir para Paragominas', relatou. Na manhã de ontem, as duas agricultoras registraram o desaparecimento dos funcionários da fazenda na Seccional de Paragominas. 'Não entendo por que a polícia ainda não foi lá na fazenda. O meu marido já está desaparecido há mais de 3 dias', lamenta Elionete.

Interdição - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) assentados no acampamento Helenira Resende, na fazenda Cedro, bloquearam na manhã de ontem, por mais de quatro horas, a rodovia BR-155 (antiga PA-150). A obstrução seria para protestar contra a interrupção do fornecimento de cestas básicas por parte do Incra.

Com toras de madeira, homens e mulheres se posicionaram no km 50 da BR por volta de 4 horas e impediram a passagem de veículos no trecho entre Eldorado do Carajás e Marabá. Apenas ambulâncias e viaturas da polícia foram autorizados a seguir viagem.

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