segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Enterrados na reserva tembé

Segundo adolescente apreendido, mulher conhecida como "Lúcia" mandou matar traficantes. Ela está presa.

EDIVALDO MENDES
Correspondente em Castanhal

Local de inúmeros conflitos envolvendo madeireiros e posseiros, também conhecida por ser uma área onde é comum o plantio de maconha, a reserva indígena dos índios tembés, no trecho que fica na divisa do Pará com o Maranhão, agora é lugar de disputa e acerto de contas entre traficantes. Numa dessas disputas, pelo menos dois deles foram mortos a bala e enterrados na própria reserva, no trecho que fica entre o Pará e o Maranhão, tendo como divisa o rio Gurupi. A informação foi fornecida ontem pelo delegado Marcos Alberto Pereira dos Santos, que atualmente responde pelas delegacias de Santa Luzia do Pará e Cachoeira do Piriá.
Segundo ele, um menor de idade apreendido durante incursão promovida pelo delegado e sua equipe na região de Cachoeira, com o objetivo de localizar uma plantação de maconha, contou como ocorreu a morte dos traficantes conhecidos por "Come Gato" e "Cantor", e indicou o lugar onde ambos foram enterrados, em cova rasa, próximo à vila União. O rapaz de 17 anos disse também quem autorizou a execução dos dois homens: a traficante Luciene Vieira da Silva, a "Lúcia", de 39 anos. A mulher foi presa na tarde da última quinta-feira, com cerca de 150 quilos de maconha prontos para serem comercializados.
O delegado Marcos dos Santos recebeu uma denúncia dando conta de que numa das vilas dentro da reserva tembé, a Combate, existia uma plantação de maconha já em fase de colheita. A denúncia acabou não sendo confirmada. Mas lá ele ficou sabendo que na vila Guajará estava sendo velado, numa capela do lugar, o corpo de um homem que tinha sido assassinado noutra vila, a União. E que na área havia muitos traficantes e drogas. Depois de confirmar que o morto, Josael Costa, tinha sido assassinado a tiros, os policiais seguiram para a vila União. Logo na chegada, eles viram um homem correndo para dentro da mata, portando uma escopeta. Era o menor de idade, que foi perseguido e apreendido.
Ele contou que iria ajudar os policiais e foi logo dizendo que trabalhava para "Lúcia", que estava escondida numa casa próxima. O adolescente disse também onde estavam armazenados mais de 150 quilos de maconha já prontos para a venda. O delegado Marcos e sua equipe foram primeiro apreender a droga. Logo depois prenderam "Lúcia". A mulher, que estava escondida na casa, ainda tentou argumentar, dizendo que a droga não era sua. Indagado pelo delegado, o menor de idade disse que dois homens, que ele conhece por "Carlos" e "Parente", foram contratados por "Lúcia" para matar um líder comunitário da vila União, conhecido por "Bitinho", que denunciava o plantio e o tráfico de maconha. Mas os dois acabaram matando Josael por engano.
Em relação aos outros dois homens mortos e enterrados dentro da reserva, a testemunha contou que "quem matou ‘Come Gato’ foi o ‘Empapuçado’, e quem matou o ‘Cantor’ foi o ‘Marcelino’". O primeiro teria sido morto há quase um ano, e o segundo há cerca de quatro meses. O delegado disse que vai solicitar que peritos do Instituto de Perícias Científicas de Castanhal façam a exumação dos cadáveres sepultados na reserva tembé para análise.









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