Uma pasta branca com o brasão da República e a logomarca do Senado Federal foi motivo de discórdia entre os promotores de Justiça e o procurador-geral do Detran durante a operação de busca e apreensão que terça-feira começou a desarticular a rede criminosa que desvia verbas públicas pela folha de pagamento da Assembléia Legislativa. Dentro da pasta, que estava em cima da mesa do ausente diretor-geral, Sérgio Dubo´c, havia uma só folha de papel, intitulada "Indicações do senador para o detran". O diretor foi indicado para o cargo pelo senador Mário Couto (PSDB).
Afilhados
Era uma relação de indicados do senador para unidades do Detran no interior do Estado. Logo na primeira linha do quadro de apadrinhados, destacados em amarelo, apareciam dois nomes para a contratação e as correspondentes beneficiárias políticas, identificadas pela inscrição "Área das deputadas Ana Cunha e cilene Couto", do PSDB, e a segunda, filha do senador. A folha prossegue com a listagem de vários municípios e as respectivas indicações de Mário Couto.
Confusão
O promotor de Justiça que viu a pasta quis apreendê-la, mas foi contestado pelo procurador do Detran, Maurício Blanco, que argumentou que o documento político não se enquadrava no alvo do mandado judicial. por telefone, o promotor consultou um dos dois promotores que comandavam a operação e, a princípio, obteve respaldo para a apreensão. mais tarde, o promotor-chefe ligou para liberar a pasta e assim ela escapou da certidão de apreensão.
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